Se Lana Parrilla não estava pronta para dar adeus à Regina Mills, mesmo depois de 7 anos carregando sua história… eu estava menos ainda.
Não importa se você acompanha Once Upon A Time há 7 anos ou 3 meses, de alguma forma a Evil Queen, a Regina, ou até mesmo a Roni, tiveram alguma importância nessa jornada. Mas, hoje, escolherei falar um pouco de Regina Mills. Esta que foi quem sempre falou mais perto do meu coração.
No início, para mim, foi difícil digerir a personagem depois de sua fase jovem. O jeito mandão e, digamos, frio da personagem me tirava a paciência. O meu desejo era entrar dentro da série, chacoalhar os ombros de Regina e dizer: “respira fundo aí, querida! Não precisa de tanto…”. Mas, depois de um tempo, finalmente comecei a entender o que acontecia com ela. E foi onde meu coração foi arrebatado. Bem que dizem que entre o amor e o ódio a linha é tênue!
Seguindo a lógica entre o amor e o ódio, pudemos ver a transição exata de Regina entre um e outro. Vimos sua esperança sendo destruída, sua vida sendo entregue por interesse, sua confiança sendo traída e, aos poucos, um coração se tornando amargurado e cheio de ressentimentos. O mal que não nasceu nela sendo construído para ela. Regina se tornou o que nunca desejou, mas era obrigada a ser. Seu alter ego era o sumo de todo o sofrimento que nunca parou de assolar a menina que só queria cavalgar entre os campos e ter seu final feliz junto ao seu “príncipe encantado”; a Rainha Má foi a quebra da linha. O ódio se tornara maior que o amor.
Como numa corda bamba, Mills sempre estava entre os dois sentimentos que moldaram seu personagem. E graças a esplêndida interpretação de Lana Parrilla, pudemos sentir cada emoção que ela carregava. Não preciso resumir sua história porque se você está aqui, agora, provavelmente a conhece muito bem. Ou deveria! Mas é importante ressaltar que mesmo sendo injustiçada durante tantos anos, ela tinha algo a nos ensinar. E ensinou. Se redimiu mesmo depois de achar que não tinha mais volta, mesmo achando que tudo o que possuía era o mal no seu peito. Nos mostrou como usar o amor para salvar uma alma doente e solitária, fez esquecermos de tudo para acreditar que ela podia ser alguém melhor, nos deu esperança… nós choramos a sua dor e sorrimos a sua felicidade! E nos fez amar até mesmo seus gritos de histeria, Regina tocou nossos corações de uma maneira que eu nunca serei capaz de mensurar. Colocou-nos na corda bamba junta à ela e no final mostrou que vale a pena lutar contra o mal, mesmo que pareça difícil, como destruir uma maldição. E essa é uma mensagem realmente poderosa!
Isso com certeza é somente mérito dela, do seu amor incondicional por seu filho, seus amigos e a família que ganhou ao longo da jornada. Não tem a ver com homens, mulheres ou reinos. Regina estava onde devia estar, lutando pelo que ela mais acreditava: o amor… pois ele nunca seria uma fraqueza.
E, com certeza, as lições de Regina Mills não podiam não tocar quem lhe deu vida. Lana descreveu, sucintamente, sua jornada na recente carta impressa no livro para a despedida da série e que pode ser lida na íntegra a seguir:
“Era uma vez uma garota do Brooklyn, metade italiana, metade porto riquenha, que foi escolhida para dar vida à uma rainha em uma série de TV.
Sete mágicos anos atrás, eu estava morando em Los Angeles, e pela primeira vez na minha carreira, eu estava de mudança para um lugar totalmente desconhecido para mim, indo fazer o que amo. A equipe criativa de Once Upon a Time havia me escolhido para interpretar uma das vilãs mais icônicas da história da Disney. Eu não conseguia acreditar nisso. Aquele era o papel dos sonhos. Eu estava prestes a embarcar em uma jornada que nunca imaginei que fosse mudar tanto a minha vida, e eu estava apavorada.
Canadá, hein? Eu já tinha ouvido falar em Vancouver, mas nunca tinha estado lá antes. Eu sempre planejei que um dia visitaria esse lugar, mas me mudar para lá?! Aquilo significava que eu teria que deixar minha família e meus amigos para trás? Deixar a ensolarada Califórnia para viver no meio de uma floresta? Literalmente o meu mundo inteiro estava prestes a mudar e aquilo era de dar medo. Simplesmente eu não sou muito boa para lidar com mudanças. Mas nossa, como valeu a pena!
Eu tenho interpretado a Rainha Má/Regina e agora Roni por sete anos. Essa personagem literalmente mudou a minha vida. Eu aprendi tanto com ela. Eu cresci absurdamente em vários aspectos, de formas que eu nunca imaginei. Assim como Regina, eu também acabei me tornando a melhor versão de mim mesma e esse for o maior presente de todos.
Conforme a série ia progredindo de temporada para temporada, eu sou muito grata por ter tido pessoas incríveis comigo, que ficaram do meu lado durante todo esse tempo. Que me ajudaram em momentos desafiadores da minha vida, que me estenderam a mão, limparam minhas lágrimas, me abraçaram e me colocaram de pé de novo quando eu mais precisei. Pessoas que hoje eu posso chamar de amigos. Esta louca e fantástica série de TV, se tornou Once Upon a Family. Não apenas uma série feita para famílias, mas nós mesmos criamos a nossa família. Eu nunca imaginei que chegaria nessa proporção. Mas é exatamente o que isso se tornou.
Eu quero agradecer a todo mundo por sua lealdade, criatividade, trabalho árduo e comprometimento. Precisávamos de muitas pessoas para fazer com que Once Upon a Time acontecesse e se tornasse esse sucesso. Essa série e tudo o que a envolve, me tocou da forma mais profunda. Eu sempre levarei comigo a mágica que essa série trouxe para a minha vida. Obrigada.
Com amor e respeito,
Lana”
O impacto desta personagem não morrerá junto ao fim da série. No coração de Lana e em quem teve seu coração preenchido por esse amor, ele sempre será lembrado. Não devemos tornar sua trajetória um segredo, mais uma vez o segredo deve ser tornado público e mantido vivo entre todos os reinos, inclusive o da vida real.
Regina nasceu para ser grande e foi. Da forma mais complexa, dolorosa e bonita que poderia ser.
E isso é especial… único.
“Once Upon a Time” is dead. Long live, Regina Mills!
Carta original e fonte: Naomi Johnson